Se alguém lhe perguntar “Quem é
você?”, o que vai ouvir como resposta?
Seu nome, endereço, profissão,
estado civil, cor, religião...
Tudo bem, concordo que estamos
reduzidos a essas informações e, principalmente a números. Número de CPF, RG,
conta bancária, cartão do SUS, e por aí vai.
Dizer quem somos é uma tarefa
difícil. Não temos o costume de nos avaliarmos e por isso, poucos conseguem
responder de outra forma.
Na verdade, o que ocorre é que
somos “julgados” a todo momento pela opinião pública. Somos o que nos
permitimos ser, aos olhos dos outros. Se estamos felizes, sorrindo, contando
piadas, somos bacanas. Ao contrário, se estamos tristes, cabisbaixos, o rótulo
vem na sequencia, somos pessoas negativas, prá baixo.
Então, como ser autêntico se o
referencial é sempre o outro? É sempre de fora para dentro?
Saber quem somos, o que
queremos e o que podemos esperar dos outros é uma tarefa bem difícil. Uma
tarefa que exige exercício constante de auto observação, reflexão e,
principalmente, sensibilidade para olhar o outro como um meio que me auxilia na
busca de mim mesmo. O outro é um espelho mas nem sempre me reflete
corretamente. Uma imagem espelhada é sempre refletida do lado contrário.
Recebemos uma enorme e pesada
carga de informação, diariamente, e mal temos tempo para processá-las. Mas
temos de reservar um tempo para essa viagem cujo destino é um encontro com
nossa essência. Sem mapas ou, para ser atual, um GPS, que possam nos conduzir
para dentro de nós mesmos, podemos, ao menos, traçar um roteiro:
1. lembre de tudo que já viveu,
ou, pelo menos, do que foi mais marcante;
2. lembre de como reagiu;
3. pense se reagiria da mesma
forma hoje;
4. escreva num papel, o que foi
mais importante e o que é mais importante em sua vida hoje;
5. peça feedback para as
pessoas com quem convive e para outras com quem se relaciona em situações
específicas (trabalho, escola, lazer...);
6. seja auto-crítico sem ser
carrasco de si mesmo.
Ao final, pergunte-se? Sou quem
eu gostaria de ser?
Se a resposta for sim,
aprimore-se. Se a resposta for não, pergunte-se “o que devo mudar?”.
Está aí a porta a ser aberta.
Sonia Rocha – Mercuriana
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