31 maio, 2010

PRESENTINHO GOSTOSINHO...

Queridos (as)  amigos (as)...
Recebi da Renata, amiga sempre presente, com recadinhos amorosos...e com posts lindos em seu blog...
Agradeço por tudo...o selinho e os posts maravilhosos em seu lindo blog
 A regra é: 
enviar para 10 blogs charmosos e avisar os presenteados.
Eis minha lista de charmosos: 
http://blog-da-carol-celma.blogspot.com
http://alguemmeouviu.blogspot.com
http://blog-espiritismo.blogspot.com
http://professoresdelinguaportuguesa.blogspot.com
http://mariajosecalladopoesias.blogspot.com
http://elaine-crespo.blogspot.com
http://pensadoracompulsiva.blogspot.com
http://viverpuramagia.blogspot.com
http://vitrinedeprata.blogspot.com
http://grupoespiritaesperancaeluz.blogspot.com

15 maio, 2010

TEMPESTADE DE VERÃO


O sol vermelho surgindo por detrás da montanha cobria a terra com um manto cor de rosa. O mar, muito quieto, estranhamente calmo, lembrava um espelho de cristal. O movimento das embarcações ancoradas na baía era imperceptível.
Mais um lindo dia de verão. Calorento e convidativo a um “dolce far niente” à beira mar.
A chegada de uma imensa nuvem cinza, trazida pelo vento, o ar quente e parado e a excessiva calmaria do mar prenunciavam um desfecho inesperado para aquele dia .
Ia cair uma tempestade.
E não demorou. A transformação foi rápida e violenta.
De repente a noite se instalou. A sinfonia de trovões teve início, orquestrando o mais assustador espetáculo pirotécnico que se pode imaginar. O vento, cada vez mais furioso, parecia querer destruir tudo que oferecesse a menor resistência.
Então ela caiu...Uma chuva torrencial e desorientada.
Desde menina aprendi a respeitar as forças da natureza. Respeitar e temer. Refugiava-me na cama, rezando e pedindo a todos os santos que acalmassem os elementos. Desta vez, porém, não senti medo. Uma emoção inexplicável tomou conta de mim. Descobri que uma tempestade, apesar de ser um fenômeno amedrontador, é também maravilhosa se a olharmos atenta e detalhadamente.
Do meu posto de observação pude apreciar a maluca coreografia que o vento provocava. Árvores enormes ou pequenos arbustos, transformados em bailarinos loucos e frenéticos, pareciam não se cansar. A cena, caótica à primeira vista, seguia um script e cada qual sabia o papel a desempenhar. Não havia resistência e isso era o que mais chamava a atenção. Galhos e troncos curvavam-se até um certo limite e quando estavam prestes a se quebrarem, voltavam cantando e dançando à posição original. E de novo se curvavam, agora para o lado oposto.
E as folhas.. .que valentia! 
Agarradas aos galhos balançavam perigosamente. Algumas sucumbiam . Soltavam-se e fatalmente se afogavam. Era triste vê-las carregadas para longe e depois, amontoadas e esquecidas. Mas no sacrifício, cediam lugar à folhagem nova, mais resistente, que um dia teria o mesmo fim. Era o ciclo da vida.
E tão depressa como começou, também acabou.
O sol voltou mais brilhante, como se tivesse sido purificado pela dádiva que é uma tempestade de Verão.

Sonia Rocha – Mercuriana

13 maio, 2010

Você tem medo de água? então leia...Vencendo uma barreira

O medo é, sem dúvida, um dos nossos mais importantes aliados e também um dos nossos piores  inimigo. Nos  protege e nos paralisa. Difícil é saber quando devemos enfrentá-lo e bani-lo.
Dá menos trabalho  levar a vida aceitando as restrições que ele nos impõe. Mas  vencê-lo é muito gratificante e é o que me faz contar essa história. 
Uma história real, que mudou a vida de uma pessoa e que me foi contada pela própria protagonista.

Maria,  vou chamá-la assim, era uma mulher comum. Casada, marido bem empregado, dois filhos em fase de abandonar o ninho. Casa própria, carro, empregada, cartão de crédito e shopping à vontade. Resolveu passar uns dias num SPA. Malas prontas,  foi, levada pelo marido. 
Na chegada, recebida como hóspede preferencial, sentiu-se uma celebridade.
Que maravilha!
Recebeu a agenda de atividades: 
Café da manhã...das 7 às 9h
Aquecimento...caminhada...hidroginástica...
Nem se deu ao trabalho de continuar. Paralisou sua capacidade de leitura. 
Sentiu o chão sumir...Piscina? Água?
Maria tinha fobia de água. Só de se imaginar dentro de uma piscina, começava a suar frio. 
O marido se foi e ela ficou, pensando no que iria fazer prá não dar vexame na hora da hidro.
Podia inventar uma desculpa, como já fizera tantas vezes. Uma indisposição qualquer e pronto. Mas, isso funcionava uma vez ou outra. Dez dias seguidos não ia ser fácil.
Resolveu encarar.

Primeiro dia.
O impulso de inventar uma desculpa e sair de fininho cedeu lugar a uma vontade de experimentar. Receosa foi entrando na água aquecida e foi gostando. Atrevida!
O professor dava ordens e todos obedeciam. Respirar... pular...prá direita...prá esquerda...caminhar...
Caminhar? Só se for prá fora da piscina, pensou (já apavorada com a idéia).
Mas não era...
Maria teria de atravessar a piscina, uma façanha até então, inimaginável. Sem tempo de articular qualquer reação, viu-se levada pela correnteza humana, agarrada na borda, rezando e pedindo a proteção de seu anjo da guarda e de todos os santos conhecidos.
Sentiu que a água se aproximava mais e mais de sua boca. Pânico... era o que viria a seguir.
De repente, a distância entre sua boca e a água começou a aumentar... aumentar...Alívio.
Ninguém percebeu a batalha que  se desenrolava naquela arena emocional.
De novo na parte mais rasa.
Barreira derrubada. Limites deslocados para mais longe abrindo novas possibilidades. Decidiu que ia se matricular num curso de natação.
E foi assim. Duas vezes por dia, durante os dez dias. Cada vez mais atrevida, mais ousada, chegou a tal nível de relaxamento que ria sozinha, sem que ninguém percebesse, ao ver que, assim como ela, muitos sentiam medo também. Não tinha se dado conta antes, tão centrada que estivera em sua própria dificuldade.
Nos exercícios de relaxamento aprendeu mais do que imaginava ser possível. Aprendeu a confiar,  em si mesma e nos outros, companheiros de jornada. Deitada e flutuando,  se deixava conduzir por alguém conhecido apenas há momentos atrás. Que sensação boa!
Vitória!

Sonia Rocha – Mercuriana

10 maio, 2010

Adaptação ou transformação?




Alguém já disse que o Homem, depois do rato, é o ser mais adaptável que existe. Também já disseram que é o mais importante agente transformador de sua própria história. 
Duas afirmações que deveriam servir para nos orientar. No entanto, o que tenho observado é que a capacidade adaptativa vem sobrepujando o potencial transformador. Isso é muito grave e perigoso porque o resultado é uma aceitação passiva de tudo que não está bom e poderia ser modificado.
Tenho encontrado em meu caminho, muitas pessoas tristes, frustradas, reclamando baixinho para si mesmas, sem forças para buscar uma nova direção, um novo caminho que as leve para um viver mais satisfatório. Não conseguem mais sorrir, sentir prazer, ser felizes. A grande neurose é manter-se vivo, adaptar-se às condições impostas, de fora prá dentro, sem considerar a vontade de cada um.
Com isso, a sensibilidade, a espontaneidade e a criatividade se perderam. A perplexidade diante das misérias parece se esvair até desaparecer por completo. Criamos uma couraça, defesa que nos faz apáticos e, só aparentemente, inatingíveis.
O momento pede reflexão. Urgente.
A alegria, o sorriso, o gosto pela vida precisam voltar a fazer parte do nosso dia-a-dia. Ser feliz não é obrigação, é , antes de mais nada, um direito. E, entre tantos que nos são negados, é o que mais rápido precisa ser resgatado.
Basta de adaptações perniciosas que nos paralisam e nos tornam conformistas. É hora de lutar contra essa neurose. Ou vamos deixar de herança um mundo doente.
Isso não me parece uma perspectiva de vida, não acham?

Sonia Rocha – Mercuriana