15 novembro, 2010

RAZÃO OU EMOÇÃO?

Se você tem uma caixa de correio eletrônico, provavelmente já recebeu . Para quem não recebeu, funciona assim: as palavras são escritas com as letras desordenadas e isso não impede que nosso cérebro as processe corretamente. Exemplo: “não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso”...Deu prá entender? A explicação é que não lemos as letras isoladamente e sim a palavra como um todo. Veja o texto aqui, é bem interessante.
Se conseguimos que nosso cérebro perceba a desordem de simples palavras, fiquei a imaginar porque é tão difícil fazer isso com nossos pensamentos. Pensamentos originam sentimentos e vice-versa, e ambos, são frutos de nossos desejos, nossas aspirações e inspirações, de nossas interações com o mundo externo. Conceitos e contextos se juntam num emaranhado que o cérebro nem sempre consegue separar e nos dar a leitura correta de dados e fatos que nos chegam embaralhados e sem sentido.  
Humanos têm uma tendência de usar mais a emoção. E ai de quem se apega mais à razão. De um modo geral, se choramos com facilidade, se rimos à toa,ou até quando parecemos meio idiotas, somos vistos como pessoas sensíveis, admiráveis, agradáveis. Quem se apresenta mais racional, demonstrando raciocínio lógico, é rotulado de insensível, frio, sistemático...e isso não é elogio.
Nos relacionamentos interpessoais é muito comum não se perceber claramente quando a situação pede a emoção ou a razão. As mensagens que recebemos ou transmitimos requerem um contexto objetivo, o que nem sempre ocorre. A bagunça na transmissão de mensagens é geradora de muitos conflitos que poderiam ser evitados se conseguíssemos equilibrar os pratos da balança. Razão e Emoção na mesma proporção.
Quer um exemplo? Tente dizer ao seu funcionário que aquele serviço feito precisa ser refeito. Se ele conseguir usar a razão na mesma proporção da emoção, certamente ficará chateado por não ter sido assertivo no trabalho que fez, mas fará um esforço para reconhecer que poderia ter feito melhor, e fará de bom grado. Geralmente não é assim. O sujeito fica ressentido, achando que está sendo perseguido, que o chefe é um chato, etc... 

Nas relações que envolvem intimidade, sejam de amizades ou amorosas, a confusão é ainda maior e mais nociva. Quantos relacionamentos terminam porque a mensagem não foi decifrada como deveria. Entendida fora do contexto, a razão foi pro espaço. Predominou a emoção.
O princípio da fofoca é esse desiquilíbrio entre o real (racional) e o imaginário (emocional).
Ouvimos uma informação, processamos e repassamos. Raramente isso acontece sem que haja uma interferência maior do nosso emocional. Seja uma entonação de voz, um sorriso, uma testa franzida, qualquer modificação na transmissão da mensagem pode colocá-la em outro contexto que não o original.

Lembro-me de uma historinha que li, ainda menina. Uma lenda inspirada no conto “As sete pombas brancas” de Khalil Gibran. No início a narrativa descreve sete pombas branca voando, que, depois de repassada várias vezes, termina dizendo que eram sete pombas negras. Leia a lenda na íntegra aqui. Não devemos ser muito emocionais nem muito racionais porque, se o cérebro pode nos dar a dimensão exata do fato, e o coração a capacidade de absorvê-lo com sentimento, que isso aconteça equilibradamente. Algo nada fácil.

Sonia Rocha - Mercuriana 
 

Um comentário:

  1. Oi amiga!
    Eu já recebi um email assim e fiquei impressionada como nosso cerebro se adapta tão rápido. Parece loucura.
    bjux

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