02 novembro, 2009

Maturidade, Melhoridade, Terceiridade ou Velhice mesmo?



Hoje caminhando na praia, do alto dos meus 50 anos e 1,51m (tamanho não é documento...blá...blá...blá...) fui tomada por alguns pensamentos um tanto esquisitos. Quem falou que para se meditar é preciso virar estátua? Mas, voltando aos meus pensamentos esdrúxulos. Claro que houve uma situação que deu a largada para o Tico e o Teco.
Vi um casal que me chamou a atenção. Uma garota, tipo modelo capa de revista sem os retoques do Photoshop, literalmente pendurada no pescoço de um ancião que nem com o citado programa conseguiria melhorar. Ah! O amor é lindo...pensei.
E continuei pensando. Admito que fui um pouco (pouco não, bastante) maldosa. A primeira idéia que me veio foi a de que o cidadão devia ser um ricaço, com iate, mansão e muita grana...Passado esse instante de maldade, refleti com mais seriedade sobre o assunto.
Pode ser que eu estivesse certa mas o que eu tenho a ver com isso? Foi puro preconceito.
Entretanto, já que todos têm direito à defesa, gostaria de expor meus motivos.
Quando vejo um casal na minha faixa etária; ela com suas celulites e estrias, geralmente acima do peso, o abdômem de tanquinho virou máquina de lavar de 10 k; ele,igualmente com celulite (visíveis devido à perda dos pelos), um barrigão de cerveja, careca e, o pior, contando as mesmas piadas de 20 anos atrás...acho admirável, até mesmo invejável. Porque é a lógica.
Crescer e amadurecer (envelhecer, prá ser mais exata) juntos não dói. Cada um no seu tempo vai: perder os dentes, ver a força da gravidade atuando em todas as partes do corpo, substituir o café da manhã por um coquetel de comprimidos, pêlos e cabelos rareando e branqueando, ou vice-versa. A memória pregando peças e o sono, ah! O sono... transformando as noites em verdadeiras tormentas, tais os ruídos que ecoam pela casa. Então, acho isso lindo. Fico até com uma certa inveja porque só nessas condições acredito ser possível a convivência amorosa. É como acompanhar o crescimento de um filho. As mudanças vão sendo assimiladas gradativamente.
Voltando ao casal da praia. Será que a garota-beldade sabe que aquele sorriso é postiço? Como vai se sentir acordando no meio da noite com uma “trovoada” de arrepiar os seus lindos cabelos tratados com Kerastase?
Claro que existe a situação inversa. O garotão sarado e a anciã com jeito de mocinha (só o jeito). E lá vem aquele pensamento maldoso novamente...Sai...xô...
Na verdade, o que quero dizer é que a velhice só não machuca tanto se for compartilhada, de preferência com um igual e isso, só acontece com a convivência.
Por isso sou uma mulher divorciada, com 50 anos e sozinha. Não me imagino “namorando” , “ficando”, “ relacionando” com alguém que tenha mais de 50 (e já estou sendo generosa). A meu favor devo dizer que aparento, no máximo 45, é o que dizem. Não sou nenhum modelo de beleza mas Tico e Teco estudaram e se formaram com louvor. E nunca fiz nenhum tipo de tratamento corporal que alterasse minha aparência. Nisso me orgulho. Sou original da cabeça aos pés. Apenas não tive ninguém para vivenciar junto os estragos provocados pelo tempo. Bem que eu queria ficar velhinha ao lado de alguém com a minha idade.  Não aconteceu. Tive outras prioridades. Fiz minhas escolhas conscientemente.  Mas sou feliz, principalmente porque não preciso prender a respiração (prá diminuir a barriga) quando tiro a roupa, rsrsrsrs.
Mas, pensando bem, sejam velhos ou moços, ricos ou pobres, inteligentes ou não...todos têm direito às próprias escolhas...e a felicidade está onde nós a colocamos.
Como diz a canção : “o importante é que a nossa emoção sobreviva” e mais...”toda forma de amor vale a pena”...Não é mesmo?
Sonia Rocha

Um comentário:

  1. E yo só tengo 6.3 anõs buáááááááááááá´!

    Paz e Bem!

    Viva La Vida!

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